O cristianismo nasceu com Jesus, no que hoje chamamos a Terra Santa. Aí falava-se predominantemente hebraico e aramaico, sobretudo entre o povo. Os comerciantes e os mais cultos também falariam grego (que desempenhava o papel que o inglês ocupa actualmente). E, entre os soldados romanos, alguns falariam latim (só uma pequena parte, porque a grande maioria não era originária de Roma).

Quando o cristianismo saiu de Jerusalém e se espalhou para os lados da Turquia e da Grécia, os apóstolos (de modo particular S. Paulo) passaram a falar a língua daqueles a quem se dirigiam: o grego. Depois, quando chegaram a Roma, para além do grego passaram a falar também latim.

O mundo mudava, e a linguagem da Igreja também. Mas o Evangelho mantinha-se o mesmo. Era traduzido e anunciado em várias línguas, mas era o mesmo e ninguém ousava acrescentar ou retirar qualquer coisa ao seu ensinamento. Porque o Evangelho é Jesus. E Jesus “é sempre o mesmo, ontem, hoje e sempre” (Heb 13,8).

Hoje, o mundo muda rapidamente. Não é, sequer, necessário que passe uma geração para percebermos a mudança: mudam não apenas as linguagens mas também o modo de viver, os critérios, os valores… De tal forma que quase parece que muda também o próprio ser humano e a sua natureza — o que não é verdade! Aliás, se virmos bem, existem muitas coisas à nossa volta que não mudam, que permanecem.

Na Igreja, a linguagem pode mudar, deve mudar, mas apenas como condição de anúncio do Evangelho de sempre.