Jesus Cristo é único. Não por dizer coisas acertadas (disse-as como ninguém). Não por defender valores (também os defendeu). Não por ser inspirador de um movimento que ainda hoje envolve milhões de pessoas. Jesus é único porque não existe na história — nem existirá! — o caso de um Homem que é, ao mesmo tempo, Deus.
Sim: Jesus não é filho de Maria e de José. Nisso, os evangelhos são muito claros. É verdade que Jesus era tido por “filho do carpinteiro”, mas basta ler qualquer um dos evangelhos para nos surpreendermos com a afirmação de que Jesus é o Filho de Deus.
E é porque é Filho de Deus, recebendo de Maria a nossa natureza humana, que Jesus nos pode salvar. É por isso que pode cumprir plenamente a Lei de Moisés. É por isso que nos pode mostrar Deus. É por isso que pode dizer de si que é “o caminho a verdade e a vida”. É por isso que a sua morte nos salva. É por isso que, ressuscitando, nos pode oferecer a vida. É por isso que não existe salvação em mais nenhum outro.
É por isso, também, que celebramos o Natal. É por isso que podemos dizer que Jesus pode, uma vez mais, nascer hoje na gruta fria do nosso coração e neste nosso mundo, ultrapassando os séculos e as distâncias.
É por isso que o Natal não tem nada de mágico, mas tem tudo de santo. Tem muito pouco de humano e tanto de divino: um Deus que se faz ver, escutar, que se deixa tocar.
Claro que é bom darmos e recebermos presentes. Claro que é bom vermos as cidades enfeitadas e os presépios nas ruas. Claro que é bom escutar os cânticos. Claro que é bom que — ao menos no Natal! — os homens possam procurar a paz. Mas tudo isso sabe a muito pouco, comparado com a alegria de perceber Deus ao nosso lado! Ao menos nós, os cristãos, deixemo-nos seduzir pela mensagem revolucionária deste Deus feito Homem.