Jesus não fez apenas uma proposta de pensamento. O Evangelho é, de verdade, uma proposta de vida que não se compadece com um pensar que as frases ditas por Jesus são bonitas mas impraticáveis.
Trata-se de viver a partir de Deus e do plano que Ele tem, não só para toda a humanidade como para cada um de nós em concreto. E os santos e a vida da Igreja ao longo destes 2000 anos aí estão, a mostrar que, longe de ser impraticável, o Evangelho constitui antes o motor de uma autêntica revolução que tem transformado a história e a vida concreta dos homens, conduzindo a humanidade a patamares nunca antes pensados.
Claro que podemos sempre recusar esta proposta de vida. Muitos o fizeram e fazem: uns, negando conscientemente o Evangelho e procurando a realização da sua felicidade em caminhos e pessoas diferentes; outros (como acontece connosco), apesar de procurarem viver a vida nova de Jesus, falhando muitas vezes na concretização diária do compromisso baptismal; outros, inconscientemente, recusando Jesus apenas porque nunca foram confrontados com a salvação que Ele traz.
Uma coisa, no entanto, é segura: depois de termos escutado a Boa Nova, depois de termos ouvido falar de Jesus, não podemos viver como se Ele não existisse. Jesus não é o Pai Natal, essa figura imaginária, sem nada de concreto, que por esta altura aparece e desaparece porque consiste simplesmente num disfarce. Jesus é acontecimento histórico. Nasceu e sofreu a morte. De carne e osso. Comeu, bebeu, fez festa, viveu momentos de silêncio, rezou, e teve amigos. Teve, também inimigos.
Podemos recusar Jesus e a sua oferta de vida para a humanidade. Mas não podemos tratá-lo como se Ele nunca tivesse existido. Não O podemos tratar como se fosse o Pai Natal.