“Sou apenas uma pobre freira que reza. Ao rezar, Jesus põe o seu amor no meu coração, e vou dá-lo a todos os pobres que encontrar no meu caminho. Rezai vós também”: foi com estas palavras que Santa Teresa de Calcutá se apresentou, no dia 26 de outubro de 1985, diante dos representantes mundiais na Assembleia Geral da ONU. Ao dizê-lo, confessou o segredo da sua existência. E convidou todos aqueles homens poderosos a rezar, mostrando como essa atitude diante de Deus poderia mudar a vida de cada um e de todos.
Sou apenas um pobre que reza; e, ao rezar, recebo o amor de Jesus; é esse amor que procuro dar a todos: este poderia — deveria — ser o ideal de oração de todo e qualquer cristão.
Porque, para rezar verdadeiramente, é preciso ser pobre: alguém com o coração cheio de si, dos seus gostos, das suas conquistas e sucessos, não tem espaço para os outros; não tem espaço para Deus. Ao contrário, o pobre não tem nada nem ninguém em quem se apoiar, a não ser em Deus. Por isso, está disponível para receber a força divina e colocar nela a sua confiança.
É este o pensamento expresso pelo Papa Francisco na sua mensagem para o Dia Mundial dos Pobres, celebrado a 17 de novembro, com o tema “A oração do pobre eleva-se até Deus”.
A mentalidade habitual no nosso mundo pede-nos que sejamos famosos, independentes, capazes de quebrar as regras para alcançar riqueza, dizendo-nos que esse é o caminho da felicidade — diz também o Papa. E continua: “Que triste ilusão”, porque “a felicidade jamais se adquire espezinhando os direitos e a dignidade dos outros”.