Um dos esforços que os últimos Papas têm feito, juntamente com outros líderes religiosos do mundo, é o de procurar impedir esta ideia feita e propagandeada de que as diferenças de religião constituem uma das principais causas das guerras no mundo.

É claro que as diferenças entre povos vizinhos se expressam muitas vezes por uma atitude religiosa diferente. E é igualmente claro que, a maioria das vezes, essas diferenças religiosas vêm a par ou são mesmo causadas por outros motivos históricos e culturais. E que a religião acaba por ser aquela realidade que dá mais nas vistas e que é mais facilmente identificável na identidade de um povo.
Contudo, creio que basta estudar a história de Portugal e as inúmeras guerras com os vizinhos espanhóis para nos convencermos de que na raíz dessas guerras não se encontra qualquer factor religioso. Mas sim: devemos reconhecer que infelizmente, algumas vezes (demasiadas vezes!) os homens usaram o nome de Deus para fazer a guerra.

E a não-religião? Os regimes ateus do sé. XX, que procuraram impor a anti-religião, como é o caso do nazismo (olhando o líder como se fosse um deus) e do comunismo (procurando impedir toda e qualquer atitude de fé em Deus), aí estão para mostrar como a não-religião pode ser um perigo bem maior que a atitude religiosa. Basta contar os muitos milhões de mortos que aqueles regimes causaram.
Aliás, basta parar um pouco para pensar quem é Deus — aquele ser único, criador de tudo o que existe, do qual todos dependemos, que nos ama e a quem iremos regressar no fim da nossa vida na terra — para percebemos como Ele é o mais contrário à guerra que alguma vez alguém possa pensar.